Segundo o Correio, após conferência de nome em lista, pessoas com crachá da Câmara entregavam dinheiro a apoiadores de votação |
De acordo com o repórter André Shalders, o repasse do dinheiro começou na chapelaria do Congresso, de onde o grupo se dirigiu ao gabinete do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), que presidiu a comissão especial que analisou o projeto na Casa. Ao defender a aprovação da proposta em plenário, ele foi um dos mais aplaudidos pela galeria. Segundo oCorreio, o gabinete do petebista orientou o grupo a subir para o 10º andar do Anexo IV. Lá, pessoas com crachás da Casa organizaram fila e distribuíram bolo de dinheiro aos apoiadores da mudança na chamada Lei do Caminhoneiro.
A reportagem não conseguiu identificar o total recebido por cada um nem a origem dos recursos. O Correio informa que, após ser interrompida pela filmagem, a distribuição de dinheiro continuou no estacionamento em frente ao anexo. Durante a votação, além de aplaudir os parlamentares que defendiam a aprovação do projeto, os participantes também estenderam faixa de agradecimento aos deputados.
Nelson Marquezelli disse ao Correio desconhecer o assunto. “Estou até estranhando isso que você está falando. Fazendo o quê? Eu não sabia disso não. Denuncia isso! No meu gabinete? Mas quem estava fazendo isso?” O deputado afirmou que o grupo poderia ser formado por sindicalistas. Os ocupantes das galerias, entretanto, não estavam identificados como sindicalistas, apurou a reportagem.
O projeto aprovado na noite da última terça-feira aumenta o tempo contínuo de trabalho dos motoristas, hoje estabelecido pela Lei do Caminhoneiro, de 2012. Atualmente, a cada quatro horas de trabalho consecutivo, os caminhoneiros devem descansar por 30 minutos. O texto aprovado eleva esse período para cinco horas e meia. A proposta também prevê jornada de até 12 horas diárias e redução do tempo de sono de nove para oito horas diárias. A proposição será examinada agora pelo Senado.
POR CONGRESSO EM FOCO
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