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Lúcida, moradora de Pinhais no Paraná faz 114 anos e quer viver ainda mais

Dona Rosalina completou nada mais nada menos que 114 anos (Foto: Divulgação)
O jeito doce e amoroso de Rosalina dos Santos conquista quase que instantaneamente quem a conhece. O carinho que demonstra vai muito além dos seus 1,40 de altura. Em uma época em que basta um aperto de mão, Rosalina faz questão de cumprimentar todos com um beijo na mão. Impossível não se apaixonar, ainda mais depois de sentar e conhecer um pouco da sua história de vida. Tranquilidade, serenidade e mais importante, lucidez não faltam a esta mulher que acaba de completar 114 anos de vida e quer viver muito mais.
Isso mesmo, no último final de semana, junto com familiares e amigos, Rosalina comemorou 114 primaveras. Em uma visita, que fizemos na semana que antecedeu ao seu aniversario, conhecemos Rosalina, mulher guerreira, que sempre levou uma vida simples, mas que também sempre foi muito acolhedora. Segundo os filhos, é impossível estar com ela e não ouvir palavras de conforto. Com a festa se aproximando, a felicidade lhe transbordava aos olhos. “To muito contente com a chegada dos meus filhos”, dizia ela.
Evangélica, Rosalina conta que gosta de ir a igreja e de receber visitas. “Gosto muito quando minhas amigas vêm aqui orar e cantar comigo. Fico muito feliz em receber visitas”, conta ela. Quando perguntada sobre o que sente em relação a sua idade, a única coisa que faz é agradecer a Deus.
Nascida em Ribeira do Pombal, na Bahia, o registro de Rosalina data de 1912, mas os filhos garantem que ela foi registrada equivocadamente, muitos anos depois. “Como naquele tempo tudo era mais difícil, a família era muito grande, o pai dela só a registrou pouco antes dela se casar”, conta o filho Antonio Balduino dos Santos, com quem Rosalina vive hoje, no bairro Jardim Claudia em Pinhais.
A mulher centenária é de poucas palavras, mas as que saem de sua boca são de uma precisão e segurança que só com o tempo se conquista. Segundo os filhos, tem a saúde perfeita. As únicas coisas que o tempo lhe afetou foram a audição e a agilidade no caminhar. Mas isso, não impede que todos os dias, Rosalina caminhe até o portão de casa, para olhar o movimento da rua. “A mãe é muito forte, come de tudo, faz exames e não tem nenhum problema de saúde”, conta Antonio.
Rosalina casou-se aos 15 anos com João Balduino e tiveram 21 filhos. Ele faleceu aos 93 anos. A união de quase 70 anos gerou muitos frutos. Segundo a família, os dois eram muito apegados, estavam sempre de mãos dadas e trocando carinhos. Por conta disso, Rosalina nunca mais quis saber de casar. “Casamento para mim é um só”, diz ela.
Dos filhos, cinco estão vivos, o mais velho com 82 anos e o mais novo com 61. Já perderam a conta de quantos netos, bisnetos, trinetos e até tetranetos fazem parte da família que Rosalina construiu. A última contagem da família foi em 1979, quando já tinham nascido 95 netos. “Ixi, tem muita gente espalhada por esse Brasil, não fazemos ideia de quantos são”, conta a nora Claudete Rodrigues dos Santos.
A vida na Bahia era muito sofrida, por isso, na década de 50, a família migrou para o Estado de São Paulo, onde permaneceram por cerca de quatro anos. Foi lá que nasceu o caçula, Israel Francisco Balduino. Ele, que vive hoje em Boston, nos Estados Unidos, conta que nasceu em uma época em que a mãe não imaginava ter mais filhos. “Quando eu nasci, minha mãe estava com 53 anos, e ajudava minhas irmãs no cuidado com os netos”, conta ele, que faz questão de vir ao Brasil todos os anos para comemorar o aniversário da mãe.
Ainda nos anos 50, a família comprou um sítio em Moreira Sales, no interior do Paraná, onde se instalaram. De lá para cá, cada um foi seguindo seu caminho e hoje a família está espalhada em todo o país e até no estrangeiro.
Os olhos marejados de Rosalina entregam quanta história já se passaram diante deles. Quanta coisa viveu, aprendeu e ensinou ao longo do caminho. A mulher, ainda vaidosa, gosta de posar para retratos. Tira o seu gorrinho, ajeita os fios de cabelos já brancos, e sorri. Rosalina tira proveito da tecnologia que lhe permite dar uma espiadela, pede para ver todas as fotos e ainda palpita sobre qual está melhor. “Olha Claudete, aquela foto que a menina tirou, a outra ficou melhor”, diz toda prosa para a nora.
Como sempre acolhedora, Rosalina se despede com um abraço apertado e abençoando seus novos conhecidos. “Voltem mais vezes, gostei muito da sua visita”.
A festa
A festa preparada pela família reuniu mais de 200 pessoas, no domingo, 06 de abril. “Foi uma loucura, tinha tanta gente, que quase precisamos fechar a rua”, contou a nora Claudete.
O sorriso singelo de Rosalina entregava a felicidade que não lhe cabia no peito. Queria dar atenção a todo mundo, e naquela tarde não quis dormir, como de costume, queria desfrutar o máximo da companhia daquelas pessoas que de alguma forma ajudou a pôr no mundo.
Estava feliz demais em reunir filhos, netos, bisnetos, trinetos, tetranetos e uma infinidade de amigos conquistados com simplicidade e amor. Segundo o filho Israel, o que mais chamou a atenção, foi o fato de a mãe lembrar-se de pessoas que não via há mais de quinze anos. “A minha felicidade não cabe no peito, em ver minha mãe lúcida, lembrando das pessoas que fizeram parte da sua vida, é muito emocionante”, declarou Israel.
E depois dessa linda comemoração, a vida segue seu curso e o que fica são memórias e muita história para contar.

Informações: PMP

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