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Vaticano confirma excomunhão de padre brasileiro favorável à união gay

Padre Beto, que atuava em Bauru, interior paulista, apoia a união gay e questiona dogmas da Igreja Católica

O Vaticano oficializou a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, 49, conhecido como padre Beto, de Bauru (a 329 km de São Paulo). O processo de excomunhão começou em abril do ano passado após o padre declarar em entrevistas apoio a homossexuais e a questionar dogmas da igreja.

A decisão da excomunhão foi publicada no site da Diocese de Bauru, no sábado. O texto é assinado pelo padre Tiago Wenceslau, juiz instrutor para as “matérias reservadas a Sé Apostólica”. Antes da excomunhão pedida pela Diocese de Bauru, o ex-reverendo havia decidido pedir um afastamento temporário de suas funções. Isso ocorreu depois que o bispo de Bauru, Dom Caetano Ferrari, 70, determinou uma retratação por causa de entrevistas em que o religioso falava sobre a possibilidade de amor entre pessoas do mesmo sexo, inclusive por parte de bissexuais que mantêm casamentos heterossexuais.

O bispo também determinou que as declarações fossem retiradas do site YouTube e das redes sociais. Em abril do ano passado, o padre anunciou seu “desligamento do exercício dos ministérios sacerdotais” em entrevista coletiva no salão de festas do prédio onde mora. As declarações do reverendo provocaram reações contraditórias de católicos tradicionais que não aceitaram sua postura e de outros que apoiaram.

O ex-padre Roberto Francisco Daniel, de 49 anos, recebeu sem surpresa a decisão do Vaticano. “É nítido que o papa Francisco tentou dar um passo à frente, mas o texto final deixou tudo como está”, disse. O ex-padre também chama a atenção pelo estilo heterodoxo. Usa piercing, tem camiseta de Che Guevara e frequenta choperias.

Fonte: O Povo

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