Ator Marcelo Madureira |
Mas também acho que não é por aí que a sociedade brasileira vai recuperar a confiança na classe política. Se é que já houve alguma.
Não canso de repetir: a maior contribuição do Lula, e do lulopetismo, para a história do país foi trabalhar sem descanso pelo descrédito na política.
No poder, Lula da Silva aliou-se ao que existe de mais atrasado na política brasileira: José Sarney, Renan Calheiros, Collor de Mello, Paulo Maluf, entre muitos.
E foi em frente: cooptou artistas, intelectuais, a Academia, sindicatos e todas as formas de representação, utilizando-se do populismo, da demagogia e do clientelismo em níveis jamais vistos no Brasil, culminando com a relação perversa estabelecida entre o governo e o Poder Legislativo e que acabou desaguando no mensalão.
Lula “legitimou” a mentira como prática política. E como se isso fora pouco, o lulopetismo se infiltrou no aparelho de Estado, disseminando a corrupção e os escândalos, sem esquecer da total incompetência na gestão da máquina pública.
Os governos petistas provocaram a interrupção de um processo virtuoso de reconstrução do Brasil e sua democracia. Um processo que começou na luta pela derrubada da ditadura militar e prosseguiu com as manifestações pela anistia, pela Constituinte, pelas Diretas Já e pelo movimento Fora Collor.
O PT luta, tenazmente, contra a livre manifestação de opinião e contra as liberdades democráticas, pilares de uma democracia que seus ideólogos julgam “burguesa”.
Dentro da estratégia de desconstrução da história, os governos do PT demoliram grande parte das reformas estruturais e modernizantes dos governos FHC. Perdeu-se a confiança em nossa economia, a inflação volta com força e o desequilíbrio nas contas públicas se aprofunda.
É claro que tanta “operosidade”, mais cedo ou mais tarde, cobraria o seu tributo. Hoje o Estado brasileiro não responde às mínimas necessidades básicas do cidadão: Saúde, Transporte, Segurança e Educação.
Portanto, tudo é descrédito e desilusão, como pudemos constatar nas manifestações de junho de 2013.
E o que acontece? A candidatura de Marina da Silva cai feito um bólido dos céus cinzentos e explode, comovendo milhões de eleitores até então desinteressados das eleições.
Marina vem com um discurso de recusa “a tudo isso que está aí…” (acho que já ouvi isso antes…), propondo uma “nova política”, mas sem explicar direito a que nova política se refere. Este é o discurso de Marina da Silva, apesar de ter participado ativamente deste ambiente pantanoso e, às vezes, em péssimas companhias. Seria Marina um segmento do PT envergonhado?
Como vai se comportar Marina da Silva no Palácio do Planalto se, já na campanha, recua frente a questões como aborto, homossexualismo e transgênicos?
O brasileiro quer buscar representação na política. Mas isso não acontece votando no Tiririca nem na Madre Teresa de Calcutá.
O brasileiro precisa de urgente melhora na sua qualidade de vida.
O brasileiro precisa de independência nas suas entidades colaterais de representação, como sindicatos, associações profissionais, movimentos sociais e ongues. Principalmente que não sobrevivam às custas de verbas públicas, sujeitas a interferências de governos.
O brasileiro também precisa tomar tendência de suas responsabilidades de cidadão. Ninguém se sente responsável pela situação em que o país se encontra. Nas questões de cidadania, só lembramos dos nossos direitos quando também temos deveres. O brasileiro não quer nem ser síndico do prédio.
O brasileiro bate no peito e sente-se superior quando afirma: “não me interesso por política!”, esquecendo-se que “quem não se interessa pela política, está condenado a ser governado por quem se interessa”.
A sorte está lançada, as cartas estão na mesa: Dilma é um tíquete sem escalas para o abismo. Marina é um bilhete de loteria, um salto no escuro, uma esfinge que, quando decifrada, pode se transformar em mais uma desilusão.
Temos Aécio. Conhecemos sua história, sua trajetória consistente e competente na política, tanto no Executivo quanto no Legislativo.
Contando com a colaboração de Armínio Fraga, Aécio vai trazer a confiança de volta ao ambiente econômico, recuperando o equilíbrio fiscal, a austeridade nos gastos públicos, a transparência na gestão, reiniciando um novo círculo virtuoso no país. Tudo dentro da mais rigorosa prática democrática e constitucional.
Mas, vejam bem, essa tarefa não vai ser fácil. Ao amanhecer do novo governo, os brasileiros vão conhecer o que é uma herança maldita de verdade. Quando o PT e seus capangas forem desalojados do poder, os esqueletos apodrecidos sairão em multidão dos armários das estatais. Retirada a maquilagem das contas públicas, ficaremos frente a frente com a nossa realidade. Ano que vem vai ser muito difícil, independente de qual candidato for eleito.
E é por isso que voto em Aécio Neves. Na minha opinião, o caminho mais seguro para enfrentar os tempos sombrios que nos aguardam.
E tenho dito.
Informações: Blog do Marcelo Madureira
Marcelo Madureira
Marcelo Madureira é o pseudônimo de Marcelo Garmatter Barretto. Em 1978, estudante de Engenharia, foi um dos fundadores da revista Casseta Popular, junto com os colegas de curso Beto Silvae Helio de La Peña e os amigos Claudio Manoel e Bussunda. Dois anos depois, o grupo se uniu aos redatores do Planeta Diário , Hubert e Reinaldo e lançaram a revista Casseta & Planeta. Em 1988, todos os redatores da revista foram contratados pela Rede Globo para escrever o programa TV Pirata. Com o final do TV Pirata o grupo passou para a frente das câmeras estreando na cobertura ao vivo do carnaval e, logo em seguida no show Doris Para Maiores que , pouco depois se transformou no Casseta & Planeta, Urgente!, atração que, por mais de 18 anos, foi campeã absoluta de audiência nacional em horário nobre. Durante as férias do Casseta & Planeta, Marcelo costumava viajar pelo país com o seu show de stand up. Na TV, também protagonizou quadros no Fantástico, com ênfase para o “Pacato Cidadão”, quando realizou reportagens humorísticas em Cuba, Coreia do Norte, Uzbequistão, Afeganistão, Islândia e Irã. Junto com Hubert Aranha, é um dos autores do personagem Agamenon Mendes Pedreira, cuja coluna humorística permaneceu por 25 anos no jornal O Globo. Conhecido por não ter medo de criticar e pelo humor extremamente ácido, Marcelo atua também como palestrante e consultor nas áreas cultural e corporativa . Leitor compulsivo, tem amplo conhecimento sobre política, economia, tecnologia , filosofia e administração. Toda sexta-feira, às 8h da matina, Marcelo Madureira está no ar na Rádio CBN com o programa Sacolão do Madureira, onde faz um balanço irreverente dos principais fatos da semana.
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